O que há de seu Madruga e Dona Florinda em cada um de nós?

Se nós pararmos para pensar em certas coisas, veremos que existem muitas analogias espalhadas por aí com o viver de nosso povo. No Chaves por exemplo, podemos  comparar o Seu Madruga e a dona Florinda com aquilo que ocorre em nosso país – em todas as sociedades – com a realidade que está à nossa frente. Veja o por quê:

Seu Madruga é o povo humilde, explorado, desleixado, que vive em condições mínimas de bem estar, dependendo, como pode-se verificar em alguns episódios, de doações e da benevolência de outras pessoas para ir sobrevivendo. Seu Madruga, ainda, é mal pagador, pois tem dívidas que se acumulam mês após mês, principalmente em relação ao seu Barriga. Ora, esta é a pura realidade da grande massa de nossa população!

Já a dona Florinda é a parte da civilização que abusa de seu poder de arrogância para massacrar, humilhar e manter uma pseudo superioridade ao seu principal fator de deboche, ou seja, do seu Madruga. As pancadas na cara, o vocabulário carregado de ódio e o medo de expor seu filho ”Quico” ao “Madruga”, mostram o quanto é grande a sensação de poder e preconceito, os quais, Florinda possui sobre seu maior oponente social.

Vemos em nossa sociedade uma situação parecida com o que acontece entre Madruga e Florinda. Muitas vezes, verificamos isto quando torna-se necessário recorrer ao serviço público de saúde, quando vemos muitos casos de corrupção em sistemas políticos, quando recorremos às filas de recrutamento para emprego em empresas, quando somos esculachados dentro de agências bancárias, quando a segurança pública não consegue proteger o cidadão, do direito de ir e vir, quando o sistema capitalista prefere o dinheiro ao prato de comida para um faminto…

As pessoas estão desanimadas quando precisam deixar seu cantinho e ir ganhar o sustento no mundo afora. Nem sempre é possível escapar desta realidade, onde nos sentimos menos gente do que muitos outros, onde, muitas vezes, são muito inferiores a nós mesmos, mas, atingem um grau de soberba tão elevado que, somos tratados como “alguém”, simplesmente um número a mais fazendo peso sobre a terra.

Igual seu Madruga e dona florida, acompanhados de todas as mazelas da sociedade, vamos contando os dias em busca de um futuro melhor, o qual, é quase certo que não acontecerá.

Façamos um esforço de tolerância às desigualdades sociais que nos cercam. Cultivemos a amizade, a solidariedade, o amor, o viver se tornará muito mais agradável, muito mais motivo de sermos úteis aos outros e a nós mesmos. Assim como Florinda tem seus momentos de paz e regozijo com Madruga, tenhamos nós também atitudes que despertem a admiração de todos os que estão à nossa volta.